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Mário de ANDRADE Christine MESSIANT,
p. 185-221
Sur la première génération du MPLA : 1948-1960. Mário de
Andrade, entretiens avec Christine Messiant (1982)
Dans l'entretien transcrit ici, datant de 1982, Mário de Andrade, qui fut en 1960 le
premier Président du Mouvement populaire de libération de lAngola (MPLA), rappelle
les origines et l'itinéraire de sa génération. Elle est à la fois socio-culturelle et
politique : celle des étudiants angolais qui vont faire leurs études supérieures
au Portugal à la toute fin des années 1940, et qui se retrouvent pour la plupart dans la
Casa dos estudantes do Império. Cet itinéraire passe par l'affirmation de leur
africanité et de leur angolanité contre l'assimilation, mais également pour
l'autonomie par rapport aux organisations portugaises (surtout le MUD Juvenil) dans
lesquelles ils militent aussi , par les activités qu'ils développent dans le
Centro de estudos africanos et le Clube marítimo, les liens maintenus avec le mouvement
socio-culturel et politique qui se développe parallèlement en Angola dans leur milieu
social, puis par la formation en 1957 d'une organisation politique anti-coloniale, le
Movimento Anticolonial (MAC). Le MAC regroupe les étudiants des diverses colonies
portugaises, plus quil nest une organisation nationale spécifiquement
angolaise, de l'arrivée en Europe de Viriato da Cruz, à la conférence de Tunis en
janvier 1960, qui marque le " retour à l'Afrique " de cette
génération : Mário de Andrade éclaire notamment les circonstances et les enjeux
de la création officielle du MPLA à ce moment, face à l'Union des populations de
lAngola (UPA) de Holden Roberto.
A propósito da primeira geração do MPLA : 1948-1960.
Mário de Andrade, entrevistas com Christine Messiant (1982)
Na entrevista aqui transcrita, realizada em 1982, Mário de Andrade, que foi o primeiro
Presidente do Movimento popular de libertação de Angola (MPLA) recorda as origens e o
itinerário da sua geração. Ela é ao mesmo tempo socio-cultural e política :
aquela dos estudantes angolanos que vão fazer os seus estudos universitários em Portugal
no final dos anos 1940, e que se encontram na sua maior parte na Casa dos estudantes do
império. Este itinerário passa pela afirmação da sua africanidade e da sua
angolanidade
contra a assimilação, mas também por uma posição de autonomia em relação às
organizações portuguesas (sobretudo o MUD juvenil) nos quais eles também militavam-,
pelas actividades que eles desenvolvem no Centro de estudos africanos e no Clube
marítimo, os laços mantidos com o movimento sócio-cultural e político que se
desenvolve paralelamente em Angola no meio social que é o deles, e depois pela formação
em 1957 de uma organização política anti-colonial, o Movimento Anticolonial (MAC). O
MAC reúne os estudantes das várias colónias portuguesas, não se trata de uma
organização nacional especificamente angolana, trata-se também da chegada à Europa de
Viriato da Cruz, da conferência de Tunes em Janeiro de 1960 que marca o
" regresso a África " desta geração : Mário de Andrade
esclarece nomeadamente as circunstâncias e os objectivos estratégicos da criação do
MPLA, na altura face à União das populações de Angola (UPA) de Holden Roberto.
The First Generation of the MPLA : 1948-1960. Mário de
Andrade, Interviews with Christine Messiant (1982)
In the 1982 interview transcribed here, Mário de Andrade, who in 1960 was the first
President of the Popular Movement for the Liberation of Angola (MPLA), talks about the
origins and itinerary of his generation. This generation was both socio-cultural and
political : that of the Angolan students who received their higher education in
Portugal at the end of the 1940s, and who, in the main, went to the Casa dos
estudantes do Império. This itinerary included an affirmation of their African-ness and
Angolan-ness against assimilation, but also for autonomy from the Portuguese
organisations (especially the MUD Juvenil) in which they were militants through the
activities they developed in the Centro de estudos africanos and the Clube marítimo, the
links maintained with the socio-cultural and political movement which was growing at that
time in their social milieu in Angola, then through the formation in 1957 of an
anti-colonial political organisation, the Movimento Anticolonial (MAC). Rather than being
a specifically Angolan national movement, the MAC brought together students from various
Portuguese colonies, from the arrival in Europe of Viriato da Cruz to the Tunis conference
in January 1960, which marked the "return to Africa" of this generation :
Mário de Andrade explains in particular the circumstances and stakes of the official
creation of the MPLA, faced with Holden Robertos Union of Angolan People. |