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Claúdio JONES, p. 281-294

Les « gauchistes orphelins ». Presse et pouvoir dans le Mozambique post-colonial (1975-1990)
Comment émergea l’alliance idéologique entre les journalistes « gauchistes » et les nouvelles autorités du pays ? Une alliance qui se traduisit par l’engagement de la presse dans le projet socialiste et sa conséquente adhésion au journalisme révolutionnaire. La complicité entre les deux parties fut souvent brisée par la méfiance du pouvoir envers ces journalistes « gauchistes », jeunes intellectuels blancs, accusés de prendre une voie différente de la conception opératoire et militaire de l’information du Frelimo, le mouvement de libération du Mozambique. En effet, dans un contexte de combat, le Frelimo avait une vision mobilisatrice et activiste de l’information.
Le contexte de la guerre civile au Mozambique et le conflit régional en Afrique australe, dont la presse était l’une des branches, ont précipité la rupture des alliances idéologiques entre le pouvoir et les journalistes « gauchistes ». Des journalistes, majoritairement des Noirs, non précédemment engagés dans la phase du « socialisme » ont accédé au « pouvoir » et les « gauchistes » ont alors connu une traversée du désert. C’est dans le désenchantement des journalistes « gauchistes » que se trouve la source de la libération de la parole au Mozambique.

Os « esquerdistas órfãos ». Imprensa e poder em Moçambique pós-colonial (1975-1990)
Como surgur a aliança ideológica entre os jornalistas « esquerdistas » e as novas autoridades do país, uma aliança que se traduziu pelo envolvimento da imprensa no projecto socialista e sua consequente adesão ao jornalismo revolucionário ? A cumplicidade entre as duas partes foi várias vezes quebrada pela desconfiança do poder em relação a esses jornalistas « esquerdistas », jovens intelectuais brancos, acusados de enveredar por uma via diferente da concepção operatória e militar da informação da Frelimo, o movimento de libertação de Moçambique. De facto, num contexto de combate, a Frelimo tinha uma visão mobilizadora e activista da informação.
O ambiente de guerra civil em Moçambique e o conflito regional na África Austral, do qual a imprensa era um dos ramos, precipitarm a ruptura das alianças ideológicas entre o poder e os jornalistas « esquerdistas ». Jornalista, maioritariamente negros, não anteriormente participantes na fase do « socialismo » acedem ao « poder » e os « esquerdistas » conhecem então uma travessia do deserto. É no desencantamento dos jornalistas « esquerdistas » que se encontra a fonte da libertação da palavra em Moçambique.

« Orphaned Leftists ». Press and Power in Post-Colonial Mozambique (1975-1990)
The article retraces the formation of the ideological alliance between « leftist » journalists and the country’s new authorities, an alliance resulting in the involvement of the press in the socialist project and its adoption of revolutionary journalism. The complicity between the two parties was often broken by the mistrust felt by those in power for these « leftist » journalists, young white intellectuals accused of taking a different road from the operative, military conception of information of FRELIMO, the Mozambique liberation movement. In a combat situation, FRELIMO had an activist view of news as playing a role in mobilisation.
The context of the civil war in Mozambique and regional conflict in Southern Africa, in which the press was one of the branches, brought about the collapse of the ideological alliances between the authorities and « leftist » journalists. Other journalists, mostly Blacks who had not been involved hitherto in the phase of « socialism », came to « power » and the « leftists » found themselves left out in the cold. It was from the disenchantment of these « leftist » journalists that sprang the development of free speech in Mozambique.