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Romain BERTRAND, p. 197-214
Indonesia Raya : les trois âges
du nationalisme indonésien
Les réactions étonnamment iréniques de la classe politique indonésienne à
lannonce des résultats de la consultation au Timor Est en septembre 1999 ne peuvent
sexpliquer seulement par une brusque conversion à la realpolitik. Elles sont aussi
le reflet des contradictions et des ambivalences constitutives de limaginaire
nationaliste indonésien depuis ses origines. De manière très schématique, on peut
distinguer trois séquences dans lhistoire en longue durée du « nationalisme
indonésien » : lère de la réinvention des imaginaires dethnicité durant
laquelle les lettrés palatins de Java chantent les louanges des modèles précoloniaux
dexpansion impériale (de la fin du XVIIe siècle au début du XXe siècle),
lâge de lentrée en politique du peuple (rakyat) sous la houlette
dassociations doriginaires, de groupes corporatistes et de partis de masse
(1900-1942 puis 1945-1959), et enfin lépoque du mutisme des masses et de la
construction autoritaire de lÉtat-nation (1959-1998). En restituant à grands
traits la genèse de limaginaire nationaliste au fil de ces trois séquences
historiques, il devient possible de mieux comprendre la position dextrême
extranéité du Timor Est au sein des visions dominantes de la Glorieuse Indonésie
(Indonesia Raya).
Indonésia Raya : as três idades do nacionalismo indonésio
As reacções surpreendentes da classe política indonésia ao anúncio dos resultados da
consulta a Timor Leste em Setembro de 1999 não se podem apenas explicar por uma brusca
conversão à realpolitik. Também são o reflexo das contradições e das ambivalências
constitutivas do imaginário nacionalista indonésio desde as suas origens. De forma muito
esquemática, podem-se distinguir três sequências na história em longa duração do «
nacionalismo indonésio » : a era da reinvenção dos imaginários da etnicidade durante
a qual os letrados palatinos de Java cantem as proezas dos modelos pré-coloniais da
expansão imperial (do fim do século XVII ao início do século XX), a idade da entrada
na política do povo (rakyat) sob a vigilância das associações de originários, de
grupos corporatistas e de partidos de massa (1900-1942 puis 1945-1959), e para acabar a
época do mutismo das massas e da construção autoritária do Estado-nação (1959-1998).
Ao restituir, com grandes linhas, a génesis do imaginário nacionalista passadas estas
três sequências históricas, torna-se possível perceber melhor a posição de extrema
estraneidade de Timor Leste no seio das visões dominantes da Gloriosa Indonésia
(Indonesia Raya).
Indonesia Raya : The Three Ages of Indonesian Nationalism
If one is to make sense of both the incredible hatred of the army and the striking
passivity of the political elite regarding East Timors choice of freedom in late
1999, one ultimately has to go back to the historical roots of the competing imaginings of
the nation and of its ethnic and territorial boundaries. Three periods in the history of
the social genesis of Indonesian nationalism deserve attention : the long era of the
reinvention of « Javaneseness » by court poets and aristocrats living in the cult of the
glory of past empires such as Sultan Agungs Mataram (from the late XVIIth century to
the early years of the XXth century) ; the age of mass-mobilization under the leadership
of either local warlords or a populist intelligentsia (1900-1942 and 1945-1959) ; and the
period of the political silencing of the people in the name of authoritarian nation
and state-building endeavours (1959-1998). This rough historical framework helps show that
the very idea of an « Indonesian nation » has always been a patchwork of intents and
representations defining opposite ideological journeys. It shows that East Timor had no
peculiar place in these partly overlapping imaginings of the nation that were
always linked by fragile threads. |