Joaquim Ramos SILVA, p. 55-89
Les relations économiques luso-brésiliennes au temps de la
mondialisation
Lors des années 1990 on a assisté à une nette résurgence des relations économiques
luso-brésiliennes.
Les flux principaux : commerce de biens et services, les revenus de capitaux, les
transferts unilatéraux et linvestissement direct. Ainsi, après une longue période
de déclin depuis les années 1920 correspondant pour lessentiel, à la fermeture
des deux économies, les perspectives des relations économiques bilatérales ont
complètement changé au cours de la dernière décennie. De plus, il sagit non
seulement dun changement quantitatif, mais aussi qualitatif, comme le montre le
rôle primordial de linvestissement direct pendant la période récente. Tout cela
est dautant plus remarquable quil ny a aucun accord de commerce
préférentiel formel en vigueur entre les deux pays.
Au-delà dautres causes comme la stabilisation macro-économique, il semble que
lexistence dune plus libre circulation à léchelle mondiale (y compris,
bien sûr, régionale avec lUnion européenne et le Mercosul), notamment au niveau
des biens et capitaux, processus auquel les deux économies ont participé résolument, a
dopé le développement des relations bilatérales. Autrement dit, il semble que cela est
susceptible de mettre en valeur certains facteurs communs, tels que la langue ou
lhistoire. Il serait évidemment prématuré détablir a priori la
soutenabilité naturelle de cette évolution, mais si ces conditions générales se
maintiennent, les relations économiques luso-brésiliennes pourraient sapprofondir
et passer à des niveaux plus élevés.
As relações económicas luso-brasileiras no contexto da
globalização
Durante os anos 1990, assistiu-se ao ressurgimento das relações
económicas luso-brasileiras.
Os principais fluxos : comércio de bens e serviços, rendimentos de capitais,
transferências unilaterais e investimento directo participaram de uma maneira ou de
outra, neste reforço. Depois de um longo período de declínio desde os anos 1920, que
correspondeu no essencial a um maior fecho das duas economias (ainda que sob graus e
formas diferentes), as perspectivas das relações económicas bilaterais alteraram-se
completamente no decurso da última década. Mais, não se trata apenas de uma simples
mudança quantitativa, mas também qualitativa, como mostra aliás o papel central
desempenhado pelo investimento directo no período recente. Tudo isto é tanto mais
notável quanto não existe qualquer acordo de comércio preferencial formal em vigor
entre os dois países.
Para além de outras razões (a estabilização macroeconómica por exemplo), parece que a
existência de uma mais livre circulação à escala mundial (bem como, seguramente, à
regional com a União Europeia e o Mercosul), em particular ao nível dos bens e capitais,
processo em que as duas economias têm participado resolutamente, se mostra favorável ao
desenvolvimento das relações bilaterais. Ele parece também susceptível de valorizar
certos factores comuns como a língua e a história. Seja como for, é prematuro concluir
que esta viragem nas relações económicas luso-brasileiras se sustentará naturalmente a
si mesma, mas se aquelas condições gerais se mantiverem, elas poderão aprofundar-se e
passar a níveis superiores.
Luso-Brazilian Economic Relations in the Stage of Globalization
In the 1990s there was a strong revival of the luso-brazilian economic relations. The main
flows : trade of goods and services, capital revenue, unilateral transfers, and
direct investment, participated in a way or another, in this recovery. In fact, after a
long period of decline since the 1920s, which essentially also corresponded to the
sheltering of the two economies (obviously through different ways), the prospects of the
bilateral economic relations have completely changed throughout the last decade. Moreover,
it was not a mere quantitative change, but also qualitative, as the key role played by
direct investment in recent times plainly shows. This is remarkable so far there is no
preferential formal trade agreement in force between the two countries.
Beyond other reasons (a greater macroeconomic stability, for instance), it seems that the
existence of an increasing free movement at world scale (included, of course, the regional
scale within the European Union and the Mercosul), particularly at the goods and capitals
levels, process where the two economies have fully participated, is clearly favourable to
the development of bilateral relations. Otherwise, these circunstances highlight the
existing common factors as the language and history. Anyway, it is still too early to
establish the natural sustainability of this evolution, but, if the general conditions
stand, luso-brazilian economic relations can become stronger and reach higher levels.