Vous pouvez télécharger l'article intégral au format pdf

 

François BAFOIL et Béatrice HIBOU, p. 143-177

Les administrations publiques et les modes de gouvernement à l'épreuve de l'européanisation. Une comparaison Europe du Sud, Europe de l’Est : Grèce, Portugal et Pologne
L’élargissement constitue aujourd’hui la priorité de l’agenda européen. Dans une perspective comparative, en considérant le Portugal et la Grèce d’un côté, la Pologne de l’autre, cette Étude analyse les cheminements originaux et singuliers de chacune des configurations nationales, à partir de l’examen des changements administratifs et étatiques, notamment à travers la dimension régionale, la réorientation des politiques et les transformations des modes de gouvernement. Du fait de l’importance de l’acquis communautaire à intégrer, de la nature des interventions de la Commission et du caractère avant tout réglementaire des directives européennes, cette dimension paraît l’une, voire la plus importante à l’œuvre dans le processus d’européanisation : l’administration joue comme un filtre dans cette dynamique et les États nationaux se trouvent paradoxalement renforcés par la construction européenne.
Cette comparaison permet de souligner l’importance des innovations et la singularité des modes de gouvernement, suggérant que certains arrangements mis en œuvre dans les pays de la cohésion peuvent jouer comme autant de sources d’inspiration pour les nouveaux entrants, confrontés à des problèmes similaires de compétences administratives, de blocages bureaucratiques, et d’héritages politiques et étatiques éloignés du modèle de gestion publique, d’organisation bureaucratique et des règles européens. Sous l’effet de la contrainte européenne, une triple dynamique s’opère : une dynamique de délégation ou de privatisation via la création d’agences, de bureaux ou d’instituts, une dynamique de (re) centralisation politisée, et une dynamique d’innovation politique, institutionnelle et sociale. On assiste ainsi à des emprunts partiels et sans cesse remodelés, à la formation de constructions hybrides, et donc à des configurations qui n’en sont pas moins européennes que ce qui est donné à voir dans ce que l’on nomme le « cœur » de l’Europe.

As administrações públicas e os modos de governo e o desafio da europeização. Uma comparação entre a Europa do Sul e a Europa de Leste : Grécia, Portugal e Polónia
O alargamento constitui hoje a prioridade da agenda europeia. Numa perspectiva comparativa, considerando Portugal e a Grécia num extremo e a Polónio no outro, este Estudo analisa as vias originais e singulares de cada uma das configurações nacionais a partir do exame das mudanças administrativas e de estado, nomeadamente através da dimensão regional, da reorientação das políticas e das transformações das formas de governo. Considerando a importância da experiência comunitária em integrar, a natureza das intervenções da Comissão e o carácter acima de tudo regulamentar das directivas europeias, esta dimensão parece talvez a mais importante no processo de europeização : a administração actua como um filtro nesta dinâmica e os estados nacionais encontram-se paradoxalmente reforçados pela construção europeia.
Esta comparação permite sublinhar a importância das inovações e a singularidade dos modos de governo, sugerindo que certos arranjos concretizados nos países de coesão possam actuar como tantas outras fontes de inspiração para os novos aderentes, confrontados com problemas semelhantes de competências administrativas, de bloqueio burocráticos e de heranças políticas e de estado longe do modelo de gestão pública, da organização burocrática e das regras europeias. Sob o efeito da coacção europeia, opera-se uma dinâmica tripla ; é uma dinâmica de delegação ou de privatização através da criação de agências, de gabinetes ou de institutos, uma dinâmica de (re) centralização politizada e de uma dinâmica de inovação política, institucional e social. Assiste-se assim a empréstimos parciais e incessantemente remodelados, à formação de construções híbridas e, portanto, a configurações que não são menos europeias do que aquilo que nos é dado ver naquilo a que se dá o nome de « coração » da Europa.

Public Administrations and Modes of Government in the Face of Europeanisation. A Comparison between Southern and Eastern Europe : Greece, Portugal and Poland
Enlargement today is a priority on the European agenda. Examining Portugal and Greece from a comparative perspective with respect to Poland, this Study analyzes the original and specific paths each of these national configurations have taken as regards administrative and institutional changes, particularly through the regional dimension, policy reorientations and modes of government. Given the large body of acquis communautaire that must be integrated, the nature of Commission involvement and the highly regulatory nature of European directives, this dimension emerges as the most significant in the process of Europeanization : public administration acts as a filter in this dynamic and nation-states are paradoxically strengthened by European integration.
This comparison is an opportunity to underscore the importance of innovations and the singularity of modes of government, suggesting that certain arrangements put into practice in cohesion countries may provide sources of inspiration for the new entrants, which are faced with similar problems of administrative competence, bureaucratic blockages and political and state legacies that are remote from the European model of public administration, civil service organization and rules. With the effect of European constraints, a threefold dynamic is at work : a dynamic of delegation, or privatization, through the creation of agencies, offices and institutes, a dynamic of politicized (re) centralization, and a dynamic of political, institutional and social innovation. Thus components of these models are constantly borrowed and reshaped, hybrid constructions are formed and configurations take shape that are no less European than what can be found in the « heart » of Europe.