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Isabel LOPES FERREIRA, p. 295-313

Malaise en temps de transition. Journalistes et gouvernants au Cap-Vert, 1991-1998
En étudiant la transition du régime de la « Démocratie révolutionnaire », au Cap-Vert, à celui de la « Démocratie pluraliste », l’étude aborde l’analyse de la relation entre le gouvernement et les médias par la tentative d’évaluer dans quelle mesure le concept d’« opposition » a été appliqué et accepté par les deux parties. Sur la base de la typologie de Rodney Barker qui systématise six interprétations différentes de ce vocable, la recherche s’est centrée sur deux de ses acceptions, considérées comme complémentaires. Il s’agit de l’opposition vue comme « un système de vérifications et d’équilibres par lequel la Constitution prévient et corrige ses propres excès », et les « méthodes au travers desquelles un citoyen ou un groupe de citoyens modifie les actions gouvernementales ou évite la tyrannie, sans considérer pour autant le gouvernement comme oppressif de façon inhérente ». L’application du concept ainsi compris a permis de conclure que c’est toute la décennie des années 1990 qui, au Cap-Vert, a été une période de transition.
Mais ce fut bien au début de cette décennie que, pour la première fois depuis de nombreuses généra¬tions, le peuple capverdien a pu disposer d’une constitution tournée vers la gestion de la chose publique au nom du citoyen, pour le citoyen. Cependant, l’exercice de la citoyenneté a été conflictuel et douloureux tout au long de la transition politique. Dans le cas des médias, il a entraîné un bras de fer permanent entre les journalistes et le gouvernement, et provoqué l’éveil des premiers relativement à leur rôle politique en régime pluri-idéologique. Ce rapport au gouvernement a créé des liens de solidarité entre les journalistes, qui ont appris à s’unir, à tracer des stratégies conjointes et à définir des objectifs communs. Tous les acteurs investis, qu’ils soient des médias ou du gouvernement, ou encore de la Justice, du Parlement et d’autres institutions, ont ainsi pu tester les limites de leur champ de légitimité.

Mal-estar em tempo de transição. Jornalistas e governantes em Cabo Verde, 1991-1998
Ao estudar-se a transição do regime de « Democracia Revolucionária », em Cabo Verde, para o de « Democracia Pluralista », optou-se pela análise da relação entre o governo e os media, tentando-se avaliar até que ponto o conceito de « oposição » foi aplicado e aceite por ambas as partes. Com base na tipologia de Rodney Barker que sistematiza seis interpretações diferentes daquela palavra, a pesquisa fixou-se em duas acepções, que considerou complementares. São elas a oposição como « um sistema de verificações e equilíbrios através do qual a Constituição previne e corrige os seus próprios excessos » e os « métodos através dos quais um cidadão ou grupo de cidadãos modifica as acções governamentais ou evita a tirania, sem que considere o governo como inerentemente opressivo ». A aplicação do conceito acima mencionado permitiu concluir que a década de 1990 foi, toda ela, um período de transição, em Cabo Verde.
Foi no início desta década que, pela primeira vez em muitas gerações, o povo caboverdeano dispos de uma constituição vocacionada para a gestão da coisa pública em nome do cidadão, para o cidadão. No entanto, o exercício da cidadania foi conflituoso e doloroso, ao longo da transição política. No caso dos Media, originou um permanente medir de forças entre os jornalistas e o governo, e resultou no despertar dos primeiros relativamente ao seu papel político em regime plurideológico. A relação com o governo criou laços de solidariedade entre os jornalistas, que aprenderam a unir-se, traçar estratégias conjuntas e definir objectivos comuns. Todos os actores envolvidos, quer dos Media, quer do governo, quer ainda da Justiça, do Parlamento e de outras instituições, testaram os seus limites.

Malaise during a Transitional Periode. Journalists and Rulers in Cape Verde, 1991- 1998
By studying the transition of the « revolutionnary democracy » system of government to the « pluralistic democracy » in Cape Verde, this analysis approach of the relation between the government and the medias is an attempt to assess the extent in which the concept of « opposition » was applied and accepted by both parties. On the basis of Rodney Barker typology which systematizes six different interpretations of this term, the research focuses on two of these meanings, considered as complementary. The opposition is seen as « a verification and balance system by which the constitution prevents and corrects its own excesses », and the « methods through which a citizen or a group of citizens changes governmental actions or avoids tyranny, without considering the government as inherently oppressive ». The application of the above concept leads to the conclusion that the whole 90’s decade figures as a transition period in the Cape Verde islands.
But it was definitely at the beginning of this decade that, for the first time since numerous generations, the Capverdian people could have a constitution turned to the management of the res publica in the name of and for the citizen. However, the exercice of citizenship was conflictual and painful throughout the political transition. In the case of the medias, it provoked a permanent arm-wrestling between the journalists and the government and the awakening of the formers relatively to their political role in a pluri-ideological regime. This relation to the government created solidarity links between journalists, who learnt to unite, to draw joint strategies and to define common objectives. Thus, all involved actors, medias or government, or even Justice, Parliament and other institutions, have been testing their legitimacy limits.