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José PIMENTEL TEIXEIRA, p. 91-112
Portugais dans la brousse : images
de Portugais dans les discours ruraux mozambicains
Les représentations rurales contemporaines de la présence coloniale portugaise au
Mozambique sont pleines de mémoires dagressions. Mais elles permettent aussi de
découvrir une association symbolique entre les Portugais et les élites urbaines
actuelles, ce qui permet une interprétation politique de ces discours comme résistances
à la domination étatique. Même la mémoire rurale de la période coloniale apparaît
ainsi comme un discours stratégique pour la critique sociale et politique de l'époque
contemporaine, sans qu'elles ne reflètent pour autant une quelconque « nostalgie
coloniale ».
Ma-Tuga no mato : imagens sobre os portugueses em discursos rurais
moçambicanos
O artigo debruça-se sobre actuais discursos rurais relativos à presença colonial em
Moçambique. Em algumas classificações simbólicas que aí enquadram os portugueses
encontra-se postulada uma relativa contiguidade agressora entre colonos e os elementos das
actuais elites urbanas, o que se afigura passível de interpretação política. É com
base nessa classificação contínua de elementos exteriores aos contextos rurais que se
procura ainda interpretar as memórias locais sobre o período colonial como palco de
estratégias discursivas de âmbito político, uma crítica do presente, assim sendo
distantes da chamada « nostalgia colonial».
Portuguese in the Bush: Images of the Portuguese in the Discourse of Rural
Mozambicans
This article is concerned with contemporary rural representations of the colonial presence
in Mozambique. Today the symbolic categorization of the Portuguese as an aggressive menace
to local societies is connected to similar ideas and images about national urban elites.
This allows for a political interpretation of their meaning. These categorization can be
seen as a resilience to state domination. As a corollary, even the rural memories of the
colonial period must be analyzed as a political criticism of state policies and not as an
echo of some « colonial nostalgia » as it could be understood if looked at in a
superficial way. |