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Jorge ZAVERUCHA, p. 399-418
(In)Contrôle civil sur le
militaires dans le gouvernement Fernando Henrique Cardoso
Sil ny a pas de dictature militaire au Brésil, cest quil ny
a pas de dictature tout court. On vit en démocratie électorale. Les militaires
brésiliens ne sont pas plus des « tigres de papier », que Fernando Henrique Cardoso ne
sest différencié substantiellement de ses prédécesseurs dans la conduite des
relations civilo-militaires. Les militaires brésiliens, pourtant, occupent chaque fois
plus despaces institutionnels dans le champ de la sécurité publique, se
substituant aux agences de sécurité ou agents de police qui assumaient auparavant ces
tâches. La démocratie brésilienne est si conservatrice en ce qui concerne les
intérêts de larmée que les militaires ne ressentent nul besoin de coup
dÉtat. Cette paix du non-dit donne la fausse impression que les militaires sont
cantonnés dans leurs casernes et éloignés des processus de décision politique. Sans
tentative de coup dÉtat, ce sont donc des gouvernements démocratiquement élus qui
se succèdent. Cependant, la stabilité dun système est une chose, la nature de ce
système en est une autre : ny a-t-il pas des systèmes, démocratiques et non
démocratiques, capables de durer ?
(Des)Controle civil sobre os militares no governo Fernando Henrique Cardoso
Este artigo procura demonstrar que se não existe uma ditadura militar no Brasil também
não há uma ditadura. Vive-se uma democracia eleitoral. Os militares brasileiros não
são « tigres de papel » nem Fernando Henrique Cardoso diferiu substancialmente de seus
antecessores na condução das relações civil-militares. Os militares brasileiros passam
cada vez mais a ocupar espaços institucionais na área de segurança publica,
substituindo tarefas outrora pertencentes às agencias ou agentes policiais. A democracia
brasileira é tão conservadora com os interesses castrenses que os militares não se
sentem impulsionados a dar um golpe de estado. Esta paz dos pântanos dá a falsa
impressão de que os militares estão recolhidos aos quartéis e afastados dos processos
de decisão política. Sem tentativa de golpe de estado, governos democraticamente eleitos
se sucedem. Contudo, estabilidade de um sistema difere da natureza desse sistema, pois se
pode criar sistemas democráticos e não-democráticos que durem ou não.
Civil (lack of) Control over Soldiers in the Fernando Henrique Cardoso
Government
If there is no military dictatorship in Brazil, it is because there is no dictatorship
full stop. There is an electoral democracy. Brazilian soldiers are not « paper tigers »;
and Fernando Henrique Cardoso was not substantially different from his predecessors in
managing civil-military relations. However, the Brazilian military occupies more and more
institutional space in the field of public security, replacing the security agencies or
the police force that used to perform these tasks. The Brazilian democracy is so
conservative with regard to the interests of the army that the soldiers feel no need for a
Coup dEtat. This « peace of the unsaid » gives the false impression that the
military is confined to its barracks and distanced from the political decision-making
process. With no coup attempts, democratically elected governments succeed each other.
However, the stability of a system is one thing, while the nature of that system is
another: are there no systems, democratic or non-democratic, that are capable of lasting? |