Vous pouvez télécharger l'article intégral au format pdf ou rtf

Jedrzej George FRYNAS, Geoffrey WOOD & R.M.S. Soares de OLIVEIRA, p. 33-58

Affaires politiques à São Tomé e Príncipe : de la monoculture cacaoyère à l’État pétrolier
À divers moments historiques, l’archipel de São Tomé e Príncipe (STP) a eu une importance majeure dans le système économique global. Au XVIe siècle, les îles étaient le plus grand producteur mondial de sucre, et au XIXe et début du XXe siècles, elles furent un des principaux fournisseurs de cacao et de café. La production de cacao est ensuite devenue assez insignifiante sur le plan international. Mais STP pourrait, une fois de plus, atteindre une importance stratégique et économique, car les eaux territoriales du pays recèlent certainement de larges quantités de pétrole.
Comment la politique économique santoméenne est-elle transformée en raison des effets de son exposition à ces développements politiques et économiques externes ? Cette transformation rompant avec la domination de l’exportation cacaoyère reste peu reconnue, bien qu’on observe, d’une part, le déclin et la ruine finale de l’économie de plantation, et d’autre part, le glissement plus récent vers une dépendance gigantesque envers l’assistance extérieure – qu’elle prenne la forme de l’aide étrangère ou de la dette externe. Dans ce contexte, STP a pu être qualifié d’État non viable, dans la mesure où sa frêle économie interne est incapable d’engendrer des revenus suffisants pour son modèle de consommation lourdement dépendant des importations. Mais STP est à l’aube d’une nouvelle transformation majeure, puisque le micro-État est censé devenir un producteur pétrolier d’ici peu d’année.
Dans le cours de la recherche, des irrégularités majeures ont été constatées dans la conduite de la politique pétrolière du pays – et une partie de cette information est rendue publique pour la première fois. Dans ce contexte, la recherche pointe les niches de comportement corrompu et d’accès à la rente, qui découlent de l’aide extérieure et des ressources naturelles.

Negócios políticos em São Tomé e Príncipe : da monocultura do cacau ao Estado petrolífero
Em diversos momentos históricos, o arquipélago de São Tomé e Príncipe (STP) teve uma importância maior no sistema económico global. No século XVI as ilhas eram o maior produtor mundial de açúcar, e no século XIX e inícios do século XX, foram um dos principais fornecedores de cacau e de café. A produção de cacau tornou-se em seguida bastante insignificante no plano internacional. Mas STP poderia, mais uma vez, alcançar uma importância estratégica e económica, porque as águas territoriais do país escondem certamente grandes quantidades de petróleo.
Como se transformou a política económica são-tomense com os efeitos da sua exposição a estes desenvolvimentos políticos e económicos externos? Esta transformação que rompe com a supremacia da exportação do cacau permanece pouco reconhecida, se bem que se observe, por um lado, o declínio e a ruína final da economia de plantação, e por outro lado, o escorregar mais recente para uma dependência gigantesca em relação à assistência externa quer ela tome a forma da ajuda estrangeira quer da dívida externa. Neste contexto, STP pôde ser qualificado como Estado não viável, na medida em que a sua frágil economia interna é incapaz de engendrar rendimentos suficientes para o seu modelo de consumo pesadamente dependente das importações. Mas STP está na alvorada de uma nova transformação maior, pois considera-se que o micro-Estado vai tornar-se num produtor de petróleo daqui a poucos anos.
No decorrer da pesquisa, foram constatadas irregularidades maiores na condução da política petrolífera do país e uma parte desta informação é tornada pública pela primeira vez. Neste contexto, a pesquisa aponta para os nichos de comportamento corrupto e de acesso à renda, que resultam da ajuda exterior e dos recursos naturais.

Business and Politics in São Tomé e Príncipe: from Cocoa Monoculture to Petro-State
At various historical moments, the islands of São Tomé e Príncipe (STP) have assumed major importance in the global economic system. In the sixteenth century, the islands were the world’s greatest sugar producer, and in the nineteenth and early twentieth century, they were a major source of cocoa and coffee. Cocoa production has become relatively insignificant internationally. But STP could once again attain strategic and economic importance as the country’s territorial waters are suspected to hold large quantities of crude oil.
In this paper it’s explored how STP’s political economy is being transformed as a result of the country’s exposure to external economic and political developments. It’s investigated STP’s unacknowledged transformation away from domination by cocoa exports, narrating the decline and final collapse of the plantation economy on the islands and the latter’s slide towards overwhelming dependence on external assistance in the form of foreign aid and external debt. In this context, STP is called an unviable state as its fledgling domestic economy fails to generate nearly enough revenue to sustain its highly import-reliant consumption patterns. But STP is on the verge of another major transformation as the microstate is likely to become a crude oil producer within several years.
In the course of this research, one comes across major irregularities in the conduct of the country’s oil policy and some of our information appears for the first time in the public domain. In this context, this research points to opportunities for rent-seeking and corrupt behaviour, which stem from access to foreign aid and natural resources.