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Christian GEFFRAY, p. 83-106

État, richesse et criminels
Nous présentons une réflexion sur la criminalisation des activités des représentants des États, introduite par les résultats d'une étude de cas (le narcotrafic dans un État d'Amazonie brésilienne). Nous distinguerons deux sources de rentes illégales – les activités criminelles et le détournement de fonds ou services publics –, dont la captation suppose le recours à deux principes génériques de corruption, la neutralisation et l'abus du pouvoir d’État. Deux formes non marchandes de mise en circulation de la richesse doivent être distinguées : les mannes clientélistes (légales ou illégales) et les parts de droit citoyennes. La réflexion sur l’État et sa corruption ne nous paraît pas pouvoir être menée de façon satisfaisante, à moins de comprendre (comme pour n'importe quelle institution) comment est garanti l'idéal qui commande et légitime son existence sociale. S'agissant de l’État, cet idéal est le bien public.

Estado, riqueza e criminais
Apresentamos uma reflexão sobre a criminalização das actividades dos representantes dos Estados, que resulta de um estudo de casos (o narcotráfico num Estado da Amazónia brasileira) Distinguiremos duas fontes de rendas ilegais – as actividades criminais e o desfalque de fundos ou serviços públicos –, cuja captação supõe o recurso com dois princípios genéricos de corrupção, a neutralização e o abuso de poder do Estado. Devem ser distinguidas duas formas não mercantis de colocação em circulação da riqueza : as receitas dos clientes (legais ou ilegais) e as quotas de direito de cidadãos. A reflexão sobre o Estado e a sua corrupção não nos parece poder ser levado de forma satisfatória, a não ser que se percebe (como para qualquer instituição) de que forma é garantido o ideal que comenda e legitima a sua existência social. Tratando-se do Estado, este ideal é o bem público.

State, Wealth and Criminals
We present a reflection on the criminalization of activities of State representatives, introduced by the results of a case study (drug trafficking in a Brazilian Amazonian State). We shall distinguish two sources of illegal income – criminal activities and the misappropriation of public funds or misuse of public services – the collection of which assumes recourse to two generic corruption principles, neutralization and the abuse of State power. Two non-trade forms of putting wealth into circulation must be distinguished : particular unlawful advantages (legal or illegal) and legal reallocation of financial resources to the citizens. Reflection on the State and its corruption cannot, in our opinion, be conducted satisfactorily without understanding (as for any institution) how the ideal which controls and legitimises its social existence is guaranteed. As regards the State, this ideal is the public good.