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    télécharger l'article intégral au format pdf ou rtf Armando Marques GUEDES, p. 315-325 Penser Timor oriental,
    lIndonésie et lAsie du Sud-EstLa région qui forme une enclave entre lInde et la Chine, que nous appelons « Asie
    du Sud-Est », est une unité conceptuelle marquée par sa complexité et sa
    multidimensionalité. Mosaïque enchevêtrée, elle est une construction intellectuelle
    fascinante, dont lhistoire ne lest pas moins et dont la texture relève de
    notions curieuses : sagissant sans aucun doute dun produit conjoncturel et
    circonstanciel, elle fut « montée » à coup de plans culturels, sociaux, politiques,
    économiques, linguistiques et religieux-cosmologiques très concrets, qui ont fini par
    formaliser quelque peu un contraste bipolaire entre des sous-ensembles «
    nord-austronésien » et « malais-polynésien ». Tel est le contexte dans lequel «
    Timor Est » et le « peuple maubère » ont opéré leur cristallisation, en tant que
    lune des « anomalies régionales ».
 Seule une localisation structurelle de ce type permet de comprendre que tant les discours
    pro, que anti-indépendance, soient parvenus à fonder des rationalisations régionales.
    Pour Timor oriental nouvellement indépendant, de telles questions servent de cadre
    notionnel aux problèmes plus quotidiens engendrés par nombre des difficultés pratiques
    inévitables dans tout processus de construction nationale résultant de périodes
    profondément conflictuelles. Cest seulement en tenant compte de ces deux niveaux,
    empirique et conceptuel, que lon peut espérer comprendre les tensions complexes
    multidimensionnelles qui sous-tendent la construction nationale à Timor oriental.
 
 Pensar Timor Leste, a Indonesia e a Ásia do sudeste
 A região que forma um enclave entre a Índia e a China, aquela a que chamamos « Ásia do
    sudeste », é uma unidade conceptual marcada pela sua complexidade e pela sua
    multidimensionalidade. Um mosaico intrincado, esta entidade é uma construção
    intelectual fascinante que tem uma história interessante e uma textura nocional curiosa :
    tratando-se seguramente de um produto conjuntural de circunstâncias, é montado ao longo
    de planos culturais, sociais, políticos, económicos, linguísticos e
    religioso-cosmológicos muito concretos, que de alguma forma coalescem num contraste
    bipolar entre um subconjunto « norte-austronésio » e um « malaio-polinésio ». É
    este o contexto em que « Timor Leste » e o « povo Maubere » cristalizaram, ainda que
    como uma de várias « anomalias regionais ».
 Só uma localização estrutural deste tipo nos permite compreender que tanto os discursos
    pró- como os anti-independência possam ter logrado servir de fundamento a
    racionalizações regionais. Para Timor Leste recém-independente, tais questões de fundo
    servem de quadro nocional a problemas de natureza mais comezinha que se prendem com muitas
    das dificuldades práticas inevitáveis em quaisquer processos de nation-building que
    resultem de períodos profundamente conflituais. É apenas no sentido em que tomemos em
    linha de conta estes dois níveis, o empírico e o conceptual, que podemos esperar
    compreender as tensões complexas multidimensionais que subjazem à construção nacional
    em Timor Leste.
 
 Thinking East Timor, Indonesia and Southeast Asia
 The region enclaved between India and China, what we call « Southeast Asia », is a
    conceptual unit marked by its complexity and by its multidimensionality. A multitiered
    mosaic, this entity is a fascinating intellectual construct with both an interesting
    history and curious notional texture : surely a conjunctural product of circumstances, it
    is built around very concrete cultural, social, political, economic, linguistic and
    religious-cosmological planes which somehow coalesce into a polar contrast between «
    North-Austronesian » and « Malayo-Polynesian » ethnolinguistic subsets. It is in this
    context that « East Timor » and « the Maubere people » emerge, albeit as one of
    various local « regional anomalies ».
 Only this structural placement explains how pro- as well as anti-independence discourses
    could find, simultaneously, a regional rationale. For the newly independent East Timor,
    such notional background issues frame more day to day sorts of empirical matters having to
    do with many of the practical difficulties inevitable in all processes of nation-building
    occurring as the outcome of deeply conflictual periods. Only if we take these two levels
    (the empirical and the conceptual) into account can we expect to understand the complex
    multidimensional tensions underlying East Timorese national construction.
 
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