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Peter CAREY, p. 255-267

Contester la tradition, transformer la société : le rôle des femmes dans la transition démocratique de Timor oriental
Au moment où Timor oriental se prépare à l’indépendance, l’un des enjeux les plus pressants est le rôle qui sera celui des femmes dans le nouvel État. Les appels de la part des groupes de femmes n’ont pas encore été entendus par les chefs timorais presque exclusivement masculins dans cette société profondément traditionnelle et catholique. Pendant l’occupation indonésienne (1975-99), les femmes ont souvent eu à supporter les pires violences. Séparées de leur mari et de leurs fils aînés, elles étaient harcelées et subissaient souvent les viols ou les abus sexuels répétés aux mains de leurs ravisseurs indonésiens. Toute la question de la réintégration de ces femmes victimes des abus sexuels dans la société timoraise prendra une importance accrue avec le retour des jeunes homes et femmes éduqués de la diaspora en exil.
La juxtaposition d’un conservatisme théologique, d’une moralité intransigeante et d’un pragmatisme paysan a servi la cause de l’Église catholique de Timor oriental à l’époque où elle défendait les droits des timorais face à l’occupation indonésienne et au programme de contrôle de la fertilité féminine. Mais dans la transition actuelle, le rejet catégorique de tout moyen de contraception non naturel par l’Évêque Belo attirera-t-il un tel soutien populaire ? On attend toujours de savoir si l’Église se montrera à la hauteur du défi en jouant un rôle actif dans la réintégration dans la société timoraise des femmes victimes d’abus sexuels, si encore une telle réintégration s’avère possible dans le contexte actuel de la confrontation entre le conservatisme de la société timoraise traditionnelle (et rurale) et les idéaux libéraux et cosmopolites de la jeune génération.

Contestar a tradição, transformar a sociedade : a função das mulheres na transição democrática de Timor oriental
Na altura em que Timor oriental se prepara para a independência, um dos interesses mais urgente é a função das mulheres no novo Estado. Os apelos por parte dos grupos de mulheres ainda não foram ouvidos pelo chefes timorenses pratica e exclusivamente masculinos nesta sociedade profundamente tradicional e católica. Durante a ocupação indonésia (1975-99), as mulheres tiveram muitas vezes de suportar as piores violências. Separadas dos seus maridos e dos seus filhos mais velhos, eram ameaçadas e sofriam violações ou abusos sexuais repetidos por partes dos raptores indonésios. Toda a questão da reintegração destas mulheres vítimas de abusos sexuais na sociedade timorenses terá uma maior importância com o retorno dos jovens e mulheres educadas da diaspora em exílio.
A justaposição de um conservatismo teológico, de uma moralidade intransigente e de um pragmatismo camponês serviu a causa da Igreja católica de Timor oriental na época em que defendia os direitos dos timorenses face à ocupação indonésia e ao programa de controlo da fertilidade feminina. Mas na transição actual, a rejeição categórica de qualquer meio de contracepção não natural, na opinião do Bispo Belo, atrairá um tal apoio popular ? Vamos ver se a Igreja se mostrará à altura do desafio desempenhando um papel activo na reintegração na sociedade timorense das mulheres vítimas de abusos sexuais, se ainda tal reintegração for possível no contexto actual da confrontação entre o conservatismo da sociedade timorense tradicional (e rural) e os ideais liberais e cosmopolitas da nova geração.

Challenging Tradition, Changing Society : the Role of Women in East Timor’s Transition to Independence
As East Timor prepares itself for independence, one of the most pressing issues is the role which women will have in the new state. Calls from women’s groups have yet to find acceptance amongst the almost exclusively male East Timorese leadership, in a deeply traditional and Catholic society. During the Indonesian occupation (1975-99), women often bore the brunt of the violence. Separated from their husbands and elder sons, women were harassed and often suffered rape and sustained sexual abuse at the hands of their Indonesian captors. The whole question of the way in which sexually abused women are reintegrated back into Timorese society will assume a new importance as educated East Timorese young men and women return from the exile diaspora.
The juxtaposition of theological conservatism, moral toughness and a peasant-born practicality stood Catholic Church in East Timor in good stead when it was standing up for East Timorese rights in the face of the Indonesian occupation and female fertility control programme. In the present transition, will Bishop Belo’s categorical rejection of all unnatural contraceptive methods command such widespread popular support ? But the jury is still out on whether it will really rise to the challenge and play a positive role in reintegrating sexually abused women back into East Timorese society, or indeed whether such reintegration will be possible given the current clash of values between the conservatism of traditional Timorese (rural) society and the younger generation’s liberal and cosmopolitan ideals.