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COMISSÃO PARA OS DIREITOS DO POVO
MAUBERE, p. 243-253
Les réfugiés de Timor oriental
en Indonésie : l'affaire du « recensement » de mai-juin 2001
Combien de Timorais, déplacés ou réfugiés, se trouvent-ils encore en Indonésie dans
des camps contrôlés par les ex-miliciens ? Ils étaient environ 250 000 en septembre
1999 et l'Indonésie disait en avoir recensé 134 000 en mars 2000 chiffre que les
Nations Unies rejettent. Pour obtenir un chiffre exact et donner aux déplacés/réfugiés
la possibilité de choisir librement entre retourner ou rester, l'Onu voulut organiser un
deuxième recensement entre mai et juillet 2000, qui ne se réalisa pas à cause des
attaques des milices. Une troisième tentative, entre octobre et décembre 2000, fut
organisée par l'Indonésie avec l'accord de l'Onu mais se heurta encore aux milices,
alors même que les agences humanitaires de l'Onu avaient quitté Timor Occidental après
l'assassinat de trois de leurs fonctionnaires.
Enfin, alors que le territoire était considéré par le Conseil de Sécurité comme zone
d'insécurité maximum, l'Indonésie, avec laval des Nations unies, organisa son
recensement de mai-juin 2001, sans levée de l'état d'alerte, et en donnant un rôle
important aux milices dans son organisation
Les résultats furent « si bons » que
même Djakarta fut étonné : 98,2 % « choisissaient » de rester, 1,1 % de retourner,
0,6 % refusaient de choisir
Feindre que les résultats obtenus ont une quelconque
crédibilité retarde la solution et prolonge les souffrances. Tous les efforts de la
communauté internationale doivent être orientés vers l'obligation faite à l'Indonésie
de séparer les milices des autres réfugiés et de rétablir la sécurité.
Os refugiados de Timor oriental na Indonésia : o processo do « recenseamento
» de Maio-Junho de 2001
Quantos Timorenses, deslocados ou refugiados, ainda se encontram na Indonésia nos campos
controlados pelos ex-milícias ? Eram cerca de 250 000 em Setembro de 1999 e a Indonésia
dizia ter recenseado 134 000 em Março de 2000 valor que as Nações Unidas
rejeitam. Para obter um valor exacto e dar aos deslocados/refugiados a possibilidade de
escolher livremente entre voltar ou ficar, a ONU quis organizar um segundo recenseamento
entre Maio e Julho de 2000, que não se realizou devido aos ataques das milícias. Uma
terceira tentativa, entre Outubro e Dezembro de 2000, foi organizada pela Indonésia com o
acordo da ONU mas foi falhada mais uma vez pelas milícias, mesmo após as agências
humanitárias da ONU terem deixado Timor Ocidental depois da chacina de três dos seus
funcionários.
Por último, quando o território era considerado, pelo Conselho de Segurança, zona de
insegurança máxima, a Indonésia, com a autorização das Nações unidas, organizou o
seu recenseamento de Maio-Junho de 2001, sem levantamento do estado de alerte, e dando um
papel importante às milícias na sua organização
Os resultados foram « tão bons
» que mesmo Djakarta ficou surpreendido : 98,2 % « escolhiam » ficar, 1,1 % voltar, 0,6
% recusavam escolher
Fingir que os resultados obtidos têm uma qualquer
credibilidade atrasa a solução e prolonga os sofrimentos. Todos os esforços da
comunidade internacional devem ser orientados para a obrigação feita à Indonésia de
separar as milícias dos outros refugiados e restabelecer a segurança.
The East Timorese Refugees in Indonesia : the « Census » of May-June 2001
How many displaced or refugee Timorese are still in Indonesia, in camps controlled by
ex-militiamen ? There were around 250,000 in September 1999, and Indonesia said it had
counted 134,000 in March 2000 a figure rejected by the United Nations. To obtain an
accurate figure and give the refugees the opportunity of choosing freely between returning
and staying, the UN wanted to organise a second census between May and July 2000
one which did not take place owing to militia attacks. A third attempt between October and
December 2000 was organised by Indonesia with the agreement of the UN, but came up against
the militia once again, and the humanitarian agencies of the UN had already left East
Timor after the murder of three of their functionaries.
Finally, although the territory was considered by the Security Council as a maximum danger
zone, Indonesia, with the endorsement of the UN, organised its census in May-June 2001
without lifting the state of emergency, and gave the militia an important role in the
organisation. The results were « so good » that even Djakarta was astonished : 98.2 % «
chose » to remain, 1.1 % decided to leave while 0.6 % refused to choose
To pretend
that these results have any credibility at all is to delay the solution and to prolong
suffering. All the efforts of the international community should be focused on forcing
Indonesia to separate the militia from the other refugees and on re-establishing security. |