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Michel CAHEN, p. 125-133
Loro Sae, « soleil levant
» archaïsant, ou signe de modernité à lère de la mondialisation ?
Timor Loro Sae sera indépendant le 20 mai 2002. Quelle est limportance de
lévénement ? Ne peut-on sétonner, à lère de la mondialisation, de
voir un si petit pays accéder à lindépendance ? Cette dernière ne serait-elle
pas surtout le produit dun « rattrapage » rendu nécessaire par la décolonisation
portugaise, très tardive et ratée, de 1974-1975 et par la recolonisation atypique par
lIndonésie de 1975 à 1999 ?
Ces manières de voir nient à la quête de la dignité collective et de lidentité
toute appartenance à la modernité. Si le contexte de lindépendance timoraise fait
assurément apparaître des « facteurs archaïsants », cette indépendance en elle-même
nest pas un simple rattrapage des ratés du XXe siècle. Il sagit dun
événement pleinement ancré dans lhistoire du XXIe siècle, dans lhistoire
continuée des révolutions nationales et des mouvements sociaux identitaires. Il montre
que si les identités sont remaniées par la mondialisation, elles ne sont pas pour autant
amoindries ou délégitimées.
Ancrée dans la modernité, lindépendance timoraise devra cependant affronter un
passé complexe. Le lent processus de production de la nation ne pourra que sancrer
sur lémergence dune identité didentités, intégrant pleinement la
diversité sociale et ethnique. La lusophonie est elle-même interpellée par cette
révolution, qui montre quelle ne peut pas être une simple dilatation de
lusitanité.
Loro Sae, « sol nascente » arcaico, ou sinal de modernidade na era da
mundialização ?
Timor Loro Sae será independente em 20 de Maio de 2002. Qual é a importância
deste acontecimento ? Não será um tanto estranho, na época da mundialização, ver um
tão pequeno país aceder à independência ? Não será o resultado de uma « repescagem
» que se tornou necessária para a descolonização portuguesa, muito tardia e falhada,
de 1974-1975 e pela recolonização atípica pela Indonésia de 1975 a 1999 ?
Estas maneiras de ver negam, à procura da dignidade colectiva e da identidade, qualquer
possibilidade de pertencer à modernidade. Se o contexto da independência timorense faz
seguramente parecer « factores arcaicos », esta própria independência não é uma
simples repescagem dos falhados do século XX. Trata-se de um acontecimento plenamente
enraizado na história do século XXI, na história contínua das revoluções nacionais e
dos movimentos sociais de identidades. Mostra que se as identidades foram remanipuladas
pela mundialização, não ficaram no entanto enfraquecidas ou delegitimadas.
Enraizada na modernidade, a independência timorense terá, no entanto, de afrontar um
passado complexo. O lente processo de produção da nação apenas poderá enraizar-se na
emergência de uma identidade de identidades, integrando plenamente a diversidade social e
étnica. A própria lusofonia é posta em causa por esta revolução, mostrando que não
se pode tratar de uma simples dilatação da lusitanidade.
Loro Sae, Archaistic « Rising Sun » or Sign of Modernity in the Era of
Globalisation ?
Timor Loro Sae will be independent on 20 May 2002. How important is this event ?
Would we not be justified in being surprised, in this age of internationalisation, at
seeing such a small country become independent ? Is this not just a case of « making up
» for the failure of the Portuguese decolonisation of 1974-1975 that came too late and of
the atypical re-colonisation by Indonesia from 1975 to 1999 ?
This way of seeing things ignores the quest for collective dignity and identity within
modernity. Although the context of Timorese independence certainly displays « archaistic
factors », this independence in itself is not a simple case of making up for the failures
of the 20th century. It is an event that is fully anchored in the history of the 21st
century, in the continuing history of national revolutions and social identity movements.
It shows that although identities are reshaped by globalisation, this does not in any way
lessen or de-legitimise them.
Anchored in modernity, Timorese independence will nonetheless have to confront a complex
past. The slow process of nation producing can only be rooted in the emergence of an
identity of identities, integrating social and ethnic diversity to the full. The very fact
of speaking Portuguese is questioned by this revolution, which shows that it cannot be a
mere dilation of Lusitanity. |