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Jean-Michel MABEKO-TALI, p. 49-62

La question de Cabinda : séparatismes éclatés, habiletés luandaises et conflits en Afrique centrale
Après une longue période de léthargie, la question du devenir de l'enclave de Cabinda est revenue sur le devant de la scène au tout début de la décennie 1990. Ce fait n'est compréhensible qu'à la lumière des changements politiques intervenus tant en Angola que dans tout le continent africain, avec les processus de démocratisation internes, particulièrement en Afrique centrale. Mais cette nouvelle dynamique est en même temps marquée par de profondes divisions du mouvement séparatiste lui-même, tandis que le gouvernement angolais clame pour sa part ne pas rencontrer d'interlocuteur valable, de sorte que le processus de négociations continue de s’éterniser. Malgré la reprise du dialogue entre gouvernement et indépendantistes, et les évolutions positives observées dans la lecture qu'en fait chaque protagoniste, il reste que la question du devenir de l'enclave de Cabinda reste une source potentielle de conflits entre États d’Afrique centrale, comme le prouvent les tribulations qui ont marqué les relations entre l'Angola et le Congo sous le régime de Pascal Lissouba.

A questão de Cabinda : separatismos rebentados, habilidades luandesas e conflitos na África central
Depois de um longo periodo de letargia, a questão do futuro do enclave de Cabinda voltou novamente à ribalta, e com maior vigor ainda ao longo de todo o decénio de 1990. Este facto só pode ser entendido à luz dos processos de mudanças políticas observadas em todo continente africano, em particular na África central. O facto só é compreensível à luz das mudanças políticas que se operam tanto em Angola como em todo co continent africano. Mas essa nova dinámica está ao mesmo tempo marcada por profundas divisões no seio do movimento separatista cabindense, enquanto que o governo angolano declara não dispor ainda de um « interlocutor válido », de modo que o processo negocial continua sem saída. Apesar da retomada do diálogo entre governo e facções independentistas, e das evoluções positivas observadas na leitura que faz cada protagonista, resta que a questão do futuro de Cabinda continua sendo uma fonte potencial de conflitos entre estados na África central como o provam as desavenças que marcaram as relações entre Angola e o Congo-Brazzaville na época do regime de Pascal Lissouba.

The Question of Cabinda : Divided Separatists, Manoeuvring in Luana and conflict in Central Africa
After a long period of lethargy, the question of the future of the Cabinda enclave returned to centre-stage at the very beginning of the 1990’s. This fact can only be understood in the light of the political changes that had taken place, not only in Angola, but also throughout the African continent, with the transition of the different countries to democracy, particularly in central Africa. But this new dynamic has also been marked by deep-running divisions in the separatist movement itself, while the Angolan government claims not to be able to find a valid counterpart to talk with, thus causing the negotiation process to drag on indefinitely. Despite the resumption of dialogue between the government and those in favour of independence and the positive turn that all those involved have noted, the question of the future of the Cabinda enclave remains a potential source of conflict between the States of central Africa, as is proven by the tribulations that have marked relations between Angola and the Congo under the regime of Pascal Lissouba.