|
Vous pouvez télécharger l'article intégral au
format pdf ou rtf
Michel
CAHEN, p. 761-764
Le Portugal
et le mythe français du mythe portugais
Quelle image du Portugal le Salon du Livre de Paris (mars 2000) a-t-il délivré ? La
plupart des amis de la Lusitanie se sont réjouis de voir que ce pays était
linvité dhonneur de cette édition du Salon. Pourtant, à y regarder de plus
près, on constate que lattention exclusive accordée à la littérature, la poésie
et à des thèmes comme la nostalgie, au détriment de toutes les autres sortes de livres
(histoire, anthropologie, sociologie, économie, etc, etc.), reproduit limage
archaïsante du pays qui persiste malgré les bouleversements opérés depuis la
Révolution des illets davril 1974.
Mais de ce fait,
la France en apparence bienveillante, ne continue-t-elle pas à se poser en
supérieure, face à ce gentil et si joli petit pays latinophone ? Cette attitude
tient plus de la condescendance que du partenariat moderne.
Portugal e o
mito francês do mito português
Que imagem deu o Salão do Livro de Paris (Março de 2000) de Portugal ? A maior
parte dos amigos da Lusitânia congratularam-se com o facto de ter sido Portugal convidado
de honra desta edição do Salão. No entanto, se nos
debruçarmos bem sobre o assunto, apercebemo-nos que a atenção exclusiva dada à
literatura, à poesia e a temas como a saudade, em detrimento de todos os outros tipos de
livros (história, antropologia, sociologia, economia, etc., etc.), reproduz a imagem
arcaizante do país que persiste apesar das modificações substanciais operadas desde a
Revolução dos Cravos de Abril de 1974.
Mas desta forma a França, aparentemente benevolente, não continuará a se colocar como
superiora, face a este tão simpático e bonito pequeno país latinófono ? Esta
atitude enquadra-se muito mais numa esfera de condescendência do que no duma parceria
moderna.
Portugal and the French
Myth of the Portuguese Myth
What image did the Paris Book Fair (March 2000) give of Portugal ?
Most of the friends of the Portuguese-speaking world were delighted to see that this
country was the guest of honour at this years fair. However, if we look more
closely, we notice that the exclusive attention paid to literature, poetry and to themes
such as nostalgia, to the detriment of all the other types of books (history,
anthropology, sociology, economy etc.) reproduced the archaic image of the country which
continues to prevail despite the radical changes which have taken place since the
Carnation Revolution of April 1974.
Therefore,
could we not say that France, although apparently well-meaning, continues to think herself
superior to this nice little Latin country ? This attitude is closer to condescendence
than to a modern partnership. |