Vous pouvez télécharger l'article intégral au format pdf ou rtf

Raghuraman S. TRICHUR, p. 637-646

Politique de l’historiographie goanaise
Écrire sur Goa revient à écrire sur la différence. L’histoire goanaise a toujours occupé une place marginale dans le domaine de l’histoire indienne. L’économie et les pratiques sociales de Goa ont developpé un caractère et un goût spécifiques, tout en étant intimement liées avec celles du sous-continent d’Asie du Sud. L’année 1998 marque le cinq centième anniversaire du débarquement de Vasco da Gama sur la côte occidentale du sous-continent d’Asie du Sud. Il s’agit là, peut-être, de la première fois depuis la libération de 1961 que les 451 années d’histoire coloniale de Goa se sont trouvées au centre de l’attention nationale. Entre temps, l’histoire coloniale de Goa est devenue un argument de vente unique dans la commercialisation de l’Inde en tant que destination touristique.
Si l’événement a provoqué une certaine curiosité ailleurs en Inde, à l’intérieur de Goa, la question s’est cristallisée sous forme de dialogue entre deux visions du passé de Goa, Goa Dourada et Goa Índica. Goa Dourada se réfère à la construction coloniale portugaise qui perçoit Goa comme enclave européenne rattachée au sous-continent indien, alors que Goa Índica se réfère à la construction anticoloniale de Goa, mettant l’accent sur la contribution indienne à la société goanaise. Les questions théoriques dans ce domaine, telles que le débat autour des modes de production ou la critique subalterne qui ont façonné l’historiographie indienne n’ont pas eu d’influence significative sur l’historiographie goanaise. L’isolement de l’historiographie goanaise, par rapport aux débats cruciaux dans ce domaine, a contribué à la prédominance sur l’histoire et la société goanaises des deux principales interprétations citées ci-dessus. L’absence d’évaluation critique a rendu muette l’histoire de la majorité goanaise.

Políticas da Historiografia goesa
Escrever sobre Goa é escrever sobre diferenças. A história de Goa sempre ocupou uma posição marginal dentro do campo da história indiana. A economia de Goa e as suas práticas sociais, embora muito ligadas com aquelas do subcontinente asiático do sul, desenvolveram um carácter e gosto específicos. O ano de 1998 marca o quinto centenário da chegada de Vasco da Gama à costa oeste, no sul do subcontinente asiático. Este foi talvez o primeiro desde a libertação de Goa em 1961 ; os 451 anos da longa história colonial de Goa tornaram-se o centro da atenção nacional. No entretanto, o passado colonial de Goa transformou-se, de um local único para a troca comercial da Índia, num destino turístico.
Enquanto fora da Índia, o evento criou uma espécie de curiosidade, com o aspecto Goa cristalizado num diálogo entre duas visões do passado desta, Goa Dourada [Golden Goa] e [Indian Ocean Goa] Goa Índica.
A Goa Dourada refere-se à construção colonial portuguesa, que vê Goa como um enclave europeu ligado ao subcontinente indiano, e a Goa Índica refere-se à construção anti-colonial daquela que enfatiza a contribuição indiana para a sociedade de Goa. Os aspectos teóricos do campo, como o debate acerca dos modos de produção, ou a crítica subalterna que ilustrou a historiografia indiana não teve uma influência significativa na historiografia de Goa. Este isolamento da historiografia de Goa, desde os debates cruciais relacionados com esse campo, contribuiu para o domínio do anterior, mencionando-se duas interpretações dominantes da sociedade de Goa e da sua história. A ausência do contributo crítico saldou-se no grande silêncio da história de Goa.

Politics of Goan Historiography
To write about Goa is to write about difference. Goan history has always occupied a marginal position within the field of Indian history. Goa’s economy and social practices though closely bound up with those in the south Asian subcontinent have evolved a specific character and flavor. The year 1998 marks the quincentenary of Vasco da Gama’s landing in the west coast of the south Asian subcontinent. This was perhaps the first since Goa’s liberation in 1961, Goa’s 451 year long colonial history became the focus of attention of national attention. In the interim, Goa’s colonial past was articulated as a became a unique selling point for the marketing of India as a tourism destination.

While elsewhere in India the event created a sense of curiosity, within Goa issue crystallized into a dialogue between two visions of Goa’s past, Goa Dourada [Golden Goa] and [Indian Ocean Goa] Goa Índica. Goa Dourada refers to the Portuguese colonial construction of Goa which sees Goa as a European enclave attached to the Indian subcontinent and Goa Índica refers to the anti-colonial construction of Goa which emphasizes on the Indian contribution to Goan society. The theoretical issues in the field such as the modes of production debate or the subaltern critique that has shaped Indian historiography has not had a significant influence on Goan historiography. This isolation of Goan historiography from the crucial debates related to the field has contributed to the dominance of the earlier mentioned two main interpretations of Goan society and its history. The absence of critical assessment has rendered the history of the Goan majority mute.