Vous pouvez télécharger l'article intégral au format pdf ou rtf

Edith MELO FURTADO, p. 477-485

En réaction à une transition : le cas de Goa
La destinée commune que l'Inde partage avec le Territoire de Goa (avant 1961) trouve sa source dans un passé colonial commun. Mais dans ces deux cas, le « colonisateur » et le « colonisé » ont une histoire différente. Les Anglo-Saxons et les Latins avaient des façons bien distinctes d'agir. Dans le cas de l’Inde, le colonisateur était la puissante Angleterre impérialiste qui régnait sur une immense population. L’interaction entre le colonisateur et le colonisé était impersonnelle et l’héritage, institutionnel. En revanche, Goa n’est qu’un territoire minuscule, dont l'administration, d'abord implacable, puis plus souple par les Portugais, a duré quelque 450 ans. Le produit final de cette colonisation était, par conséquent, voué à se démarquer de celui du reste du pays, en termes d'acculturation.
Les Portugais ont laissé un peuple avec une éthique distincte et des réactions mitigées vis-à-vis des colonisateurs. Pour Goa, la transition de cette longue domination européenne à l’intégration dans l’Union indienne s'est avérée extrêmement rapide. Du point de vue technique, le gouvernement a changé pour la première fois, au terme d'une période de quatre siècles et demi. Mais qu’en est-il de la population ? Qu'en est-il de toute une tradition de vie ? Comment les Goanais ont-ils réagi à ce changement ? Il existe de nombreuses définitions pour désigner les Goanais, qui distinguent très nettement différents groupes. Ces derniers ont vécu la transition de la colonisation à la liberté, comme un traumatisme pour certains, une expérience émotionnelle et intellectuelle pour d’autres, mais comme un moment historique d’une grande importance pour tous !
Cet article cherche à étudier cette transition sans se focaliser sur l’histoire ou la sociologie, mais à travers la réaction personnelle de quelques personnalités goanaises, parmi lesquelles des universitaires, des journalistesdes bureaucrates et d’autres personnages.

Reacções à transição : o caso de Goa
O destino comum que a India partilha com o território de Goa (antes de 1961) é o de um passado colonial comum. Mas em ambas instâncias o « colonizador » e o « colonizado » tiveram histórias individuais diferentes. Os Saxões e os Latinos « viveram » e « amaram » de maneira diferente. No caso da India, o colonizador foi o poderoso imperialismo britânico que se estendia sobre uma população imensa. A interacção entre o colonizador e o colonizado foi impessoal, o legado que ficou após a sua saída foi institucional. O caso de Goa, por outro lado, foi o de uma terra minúscula terra, colonizada ao longo de 450 anos por um povo, outrora poderoso e que viria a ser o último a partir : o português. O produto final da colonização tinha que ser necessariamente diferente do do resto do país em termos de aculturação.
Os portugueses deixaram atrás deles quando se foram embora um etos distinto e reacções diversas que se misturavam, em relação ao colonizador. A transição de Goa ao passar deste longo domínio europeu até se tornar uma parte e uma parcela da União indiana ocorreu quase de um dia para o outro. Em termos técnicos, um governo mudou após quatro séculos e meio. Mas e então o povo ? E que dizer de todo uma forma de vida ? Como é que os goeses reagiram a esta mudança ? Há muitos tipos de goeses, que mudam, em função das circunstâncias, de um para outro. Todos estes grupos viveram a transição da colonização para a liberdade, um trauma para alguns, uma experiência emocional e intelectual para outros, um momento histórico com grandes consequências para todos eles !
Este artigo procura estudar esta transição, mas a sua preocupação principal não foi histórica ou sociológica, mas tão somente a de auscultar a reacção pessoal de algumas personalidades goesas, académicos, jornalistas, burocratas e outros.

Reacting to a Transition : The Case of Goa
The common destiny that India shares with the territory of Goa (before 1961) is a common colonial past. But in both instances the « coloniser » and « colonised » have different inidvidual histories. The Saxons and the Latins « lived » and « loved » differently. In the case of India, the coloniser was the mighty British imperialist ruling over an enormous population. The interaction between coloniser and colonised was impersonal, the legacy left behind was institutional. Goa, on the other hand, is a miniscule land, colonised for as long 450 years by the once mighty and the later laid-back Portuguese. The end product of colonisation had to be necessarily different from that of the rest of the country in terms of acculturation.
The Portuguese left behind a people with a distinct ethos and mixed reactions towards the colonisers. The transition of Goa from this long European domination to being a part and parcel of the Indian Union took place almost overnight. Technically, a government changed after four and a half centuries. But what about the people ? What about a whole way of life ? How did the Goans react to this change ? There are many « types » of Goans, circumstantially different from one another. All these groups experienced the transition from colonisation to freedom, a trauma for some, an emotional and intellectual experience for others, a historical moment of great consequence for all concerned !
This paper attempts to study this transition, not by making history or sociology its main concern but through the personal reation of a few Goan personalities, academics, journalists, bureaucrats and others.