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Shaila DESOUZA,
p. 455-468
Les pratiques
médicales et lidentité d'un peuple : repositionner lidentité
Goa, actuellement un petit État de lInde occidentale, a été une colonie
portugaise pendant plus de 400 ans jusquen 1961. Cet article se propose
détudier la transformation de lidentité goanaise tribale, à travers
lévolution de ses pratiques médicales. Les « pratiques
hospitalières » telles que nous les connaissons aujourd'hui, ont été introduites
à Goa par les Portugais et les traces de lexistence dun hôpital remontent
aussi loin qu'en 1511. Cependant, les pratiques médicales indigènes des communautés
hindoues et tribales datent davant larrivée de la médicine moderne à Goa.
Leur pratique sest poursuivie au cours des quatre siècles du pouvoir colonial, en
dépit d'une ordonnance royale les interdisant en 1563, et d'interdictions semblables
émises par dautres institutions politiques et religieuses ; leur pratique
reste répandue aujourdhui, même parmi les adeptes de la foi chrétienne. Cet
article est basé sur un travail de terrain effectué dans une communauté tribale de
Gauda et cherche à étudier son identité par le biais des pratiques médicales
traditionnelles de la grossesse et de laccouchement, d'une génération à l'autre,
avant comme après la fin de lère coloniale.
Práticas de
saúde e a identidade de um povo : a redefinição de uma identidade
Goa, actualmente um pequeno estado na India ocidental, foi uma colónia portuguesa durante
mais de quatro séculos até 1961. Este artigo procura interpretar as tranformações da
identidade tribal goesa através da evolução dos seus cuidados de saúde. Só para
sintetizar um pouco a argumentação pode-se dizer que o sistema moderno de cuidados
médicos, assente num modelo hospitalar, foi introduzido em Goa pelos portugueses, e
existem documentos que atestam a existência de um hospital já em 1511.
Os cuidados médicos das comunidades hindu e tribal precedem, todavia, a chegada da
medicina moderna a Goa. Eles mantiveram-se activos ao longo dos quatro séculos de
domínio colonial, apesar de um decreto real publicado em 1563 contra este tipo de
práticas, e de outros tipos de condenações idênticas, emanadas de outras
instituições políticas e religiosas, tal como continuam a existir actualmente entre os
cristãos. Este artigo baseia-se, em termos de campo de estudo, em torno de uma comunidade
tribal Gauda e procura interessar-se pela identidade desta comunidade através das
práticas ligadas à gravidez e ao parto entre as gerações que precedem ou que se seguem
ao domínio colonial.
Health Practices
And Peoples Identity : Re-Locating Identity
Goa,
currently a small state in western India, was a Portuguese colony for over four centuries
till 1961. This paper intends to look at the transformation of the Goan tribal identity
through the evolution of its medical practices. Briefly stating the argument, modern
« hospital-based » medicinal practice was introduced in Goa by the Portuguese,
and records of a hospital exist from as far back as in 1511. The indigenous medical
practices of the Hindu and tribal communities, however, predate the arrival of modern
medicine in Goa.
They
continued to be active over the four centuries of colonial rule despite a royal order
against these practices from 1563 and similar bans from other political and religious
institutions, as they continue to exist till today even among those of the Christian
faith. The paper is based on field work among a Gauda tribal community and would attempt
to look at this communitys identity through the practices associated with pregnancy
and child birth between generations which pre-date and post-date the colonial rule. |