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Shihan
de Silva JAYASURIYA, p. 253-259
L'empreinte
culturelle du Portugal à Sri Lanka
Le
portugais a fait office de lingua franca à Sri Lanka pendant trois siècles et demi.
Aujourdhui, les principaux groupes de lusophones sont les Burghers (descendants des
Portugais et des Hollandais) et les Kaffirs (population dorigine africaine amenée
sur lîle par les pouvoirs coloniaux portugais, hollandais et britannique).
De nombreux Burghers qui appartenaient aux groupes socioéconomiques les plus élevés,
ont émigré vers des mondes économiques occidentaux non-lusophones (principalement vers
lAustralie et le Canada). Les communautés laissées surplace se retrouvent
piégées dans le cycle de la pauvreté et incapables même de financer les coûts de
production dun bulletin dinformations. Cependant, le portugais reste, pour
eux, un signe d'identité. La pérennité des populations lusophones, presque trois
siècles et demi après le départ des Portugais, constitue un phénomène
sociolinguistique intéressant. Les Burghers et les Kaffirs sont bilingues/multilingues et
coexistent en harmonie dans le Sri Lanka multiethnique.
Dans le Sri Lanka contemporain, il existe une importante communauté catholique
pratiquante, dont la plupart des membres ne revendiquent pas une origine portugaise et ne
parlent pas non plus cette langue. Le catholicisme a été ravivé et adopté par les
populations indigènes, grâce à l'intervention de prêtres goanais (le père Joseph Vaz
et ses collègues) au moment où il était au plus bas à cause des activités
destructrices de la période calviniste hollandaise. Le paradoxe réside dans le fait que
lempreinte portugaise sur l'identité socioculturelle de Sri Lanka sera perpétuée
par les Sri Lankais eux-mêmes, qui ne sont ni catholiques ni lusophones.
A
marca cultural portuguesa no Sri Lanka
O
português serviu como língua franca no Sri Lanka durante três séculos e meio.
Actualmente, a maior parte dos lusófonos são os Burghers (descendentes de portugueses e
neerlandeses) e os Kaffirs (povo de origem africana que foi trazido para a ilha pelas
potências coloniais- portugueses, neerlandeses e britânicos). Muitos dos Burghers que
pertenciam às classes socio-económicas mais altas emigraram para economias ocidentais
não lusófonas (sobretudo para a Austrália e para o Canadá). As comunidades que ficaram
para trás foram apanhadas no ciclo da pobreza e são incapazes mesmo de financiar os
custos de um boletim informativo. No entanto, o português continua a ser uma marca de
identidade para eles. A sobrevivência de lusófonos quase três séculos e meio após a
partida dos portugueses é um fenómeno socio-linguístico interessante. Os Burghers e os
Kaffirs são bilingues/multilingues e coexistem harmoniosamente no Sri-Lanka, que é
multi-étnico.
No Sri-Lanka contemporâneo há uma comunidade católica bastante grande e devota. A
maioria dos seus elementos não reivindica nem ascendência portuguesa nem fala
português. O catolicismo foi reavivado e indigeanizado pelos padres goeses (o padre
Joseph Vaz e demais colegas) quando ele estava em declínio devido às actividades
destrutoras do período dos calvinistas neerlandeses. O paradoxo é que a marca portuguesa
no tecido sociocultural do Sri Lanka continuará a ser perpetuado por uma maioria de
sri-lankeses que não são nem católicos nem lusófonos.
The
Portuguese Cultural Imprint on Sri Lanka
Portuguese
served as a lingua franca in Sri Lanka for three and a half centuries. Today, the major
groups of Portuguese-speakers are the Burghers (descendants of the Portuguese and the
Dutch) and the Kaffirs (people of African origin who were brought to the island by the
European colonial powers Portuguese, Dutch and British). Many Burghers who
belonged to the higher socio-economic groups have emigrated to non-Portuguese-speaking
western economies (mainly to Australia and Canada). The communities left behind are
trapped in the poverty cycle and are unable even to finance the production costs of a
newsletter. However, Portuguese is an identity marker for them. The survival of
Portuguese-speaking peoples almost three and a half centuries after the departure of the
Portuguese is an interesting sociolinguistic phenomenon. The Burghers and Kaffirs are
bilingual/multilingual and coexist harmoniously in multi-ethnic Sri Lanka.
In contemporary Sri Lanka, there exists a sizeable and devoted Catholic community, most of
whom neither claim Portuguese descent nor speak Portuguese. Catholicism was revived and
indigenized by Goan priests (Father Joseph Vaz and his colleagues), when it was at a low
ebb due to the destructive activities of the Calvinist Dutch period. The paradox is that
the Portuguese imprint on Sri Lankan socioculture will be perpetuated by the main-stream
Sri Lankans who are neither Catholic nor Portuguese-speaking. |