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François GAULME, p. 47-58

São Tomé dix ans après la démocratisation, ou les apories d’un libéralisme systématique
Sous le drapeau de la libéralisation, la dernière décennie a été marquée à São Tomé par un révolution absolue, à la fois politique et économique. Mais tandis que sous son aspect d’ouverture démocratique, une telle évolution paraît être un succès, elles s’est révélée être aussi, affirme-t-on ici, un échec en termes socio-économiques.
Le multipartisme avait été voulu en 1990 par un État à parti unique confronté à la montée du mécontentement populaire. Après l’adoption d’une nouvelle Constitution, le principal opposant libéral fut élu président en 1991 et se trouve toujours en fonctions. À travers des épreuves comme plusieurs crises minis­térielles, un coup d’État militaire de courte durée et enfin le retour aux affaires de l’ancien parti marxiste, la démocratisation présente à São Tomé un bilan très positif. Une comparaison avec l’Afrique continentale permet de repérer des spécificités historiques qui pourraient être à l’origine de ce succès actuel.
En revanche, dans le domaine de la libéralisation économique, il faut reconnaître l’échec massif des suites de la réforme foncière de 1991. La communauté internationale des donneurs d’aide encourageait la trans­formation de la masse des travailleurs salariés des anciennes grandes plantations d’État en une classe de paysans indépendants et responsables. Mais cette nouvelle et trop ambitieuse approche se révéla incapable d’intégrer un certain nombre de problèmes psychologiques et sociaux. La politique libérale s’est donc révélée en définitive impuissante par elle-même à développer les exportation de cacao, transformer l’équilibre socio-économique interne et éviter une croissance sans précédent de l’endettement extérieur.
São Tomé dez anos após a democratização, ou os aporias de um liberalismo sistemático
Sob a bandeira da liberalização, a última década foi marcada em São Tomé por uma revolução absoluta, operada simultaneamente nos campos político e económico. Mas se com o seu aspecto de abertura democrática, uma tal evolução parece ser um sucesso, ela acabou por se revelar também, diz-se por cá, um fracasso em termos económicos.
O multipartidarismo tinha sido desejado em 1990 por um Estado de partido único confrontado com o aumento do descontentamento popular. Após a adopção de uma nova Constituição, o principal opositor liberal foi eleito presidente em 1991 e encontra-se ainda em funções. Com uma série de momentos difíceis, tais como as diversas crises ministeriais, um golpe de Estado militar de curta duração e enfim o regresso à cena política do antigo partido marxista, a democratização apresenta em São Tomé um balanço muito positivo. Uma comparação com a África continental permite com que nos apercebamos das especificidades históricas que podem estar na origem deste sucesso actual.
Em contrapartida, no domíno da liberalização económica, é necessário reconhecer-se o colapso massivo registado na sequência da reforma fundiária de 1991. A comunidade internacional que ajuda o país encorajava a transformação da massa de assalariados das antigas grandes plantações de Estado numa classe de camponeses independentes e responsáveis. Mas esta abordagem nova e demasiado ambiciosa acabaria por se demonstrar incapaz de integrar um certo número de problemas psicológicos e sociais. A política liberal mostrar-se-ia, desta feita, impotente para solucionar sozinha um certo tipo de questões tais como o desenvolvimento das exportações de cacau, a transformação do equilíbrio sócio-económico interno e não terá conseguido evitar um crescimento sem precedentes do endividamento externo.
São Tomé Ten Years after Democratization, or the Aporia of Systematic Liberalism
Under a banner of liberalization, last decade used to be marked in São Tomé by a complete revolution in both political and economic fields. While its democratic aspect seems a success, this move, it is argued, certainly turned out to be a massive failure in socio-economic terms.
Multparatism had been decided in 1990 by a one party State faced with a growing popular rejection. Following adoption of a new Constitution, the main liberal opponent was elected as president in 1991 and is still in charge. On the whole, through several cabinet crisis, a short-lived coup and a final coming back of the former marxist ruling party at cabinet level, democratizing process in São Tomé has been quite effective. Compared with continental Africa’s situation, strong historical idosyncrasies could be at the roots of such a present days success.
On the economic side of liberalization, however, one has just to acknowledge a massive failure after 1991 land reform. A new approach of national developpement had been favoured by the international community of donors, as to create a class of concerned and independant peasants from the mass of waged labourers working formerly on large State plantations. But this over-ambitious programme failed to integrate some psychological and social difficulties, while liberal policy by itself demonstrated to be inappropriate for expanding cocoa exports, modifying broad social and economic balance or avoiding an unprecedented growth in foreign debt.